O palácio do Sol era muito alto, reluzente de ouro, pedras preciosas, portas de prata. Faetonte subiu a escadaria e entrou no palácio. A luz no interior era muito forte, por isso Faetonte se manteve à distância pois não suportava tanta luz. No trono, estava Febo sentado, majestoso. Ao seu lado, estavam o Verão, a Primavera, o Dia, o Mês e o Ano. Febo perguntou a Faetonte o motivo da visita.
“Ó luz do mundo ilimitado, Febo, meu pai, se me permites dar-te este nome, oferece-me uma prova, peço-te pela qual possa ser reconhecido como teu filho.”
Apolo tirou a coroa que radiava luz e chamou o filho para abraçá-lo. Garantiu a Faetonte que ele era seu filho e prometeu dar-lhe qualquer presente que ele pedisse e o pedido seria atendido. Faetonte pediu para conduzir o carro do sol. Apolo disse que falou levianamente, pois esse era o único pedido que ele deveria negar e pediu para Faetonte retirá-lo. Faetonte fez birra e exigiu que Apolo cumprisse sua palavra.
Sol então orientou Faetonte a seguir a trajetória marcada na constelação no dia anterior. Ele não deveria subir demais a carruagem, para não queimar o céu e as estrelas; nem descer demais, para não queimar a Terra e os seres viventes. Enquanto orientava Faetonte, Apolo não percebeu que a Estrela d’Alva já havia recolhido as estrelas menores e estava aguardando estressada que ele aparecesse no horizonte para que ela pudesse descansar. Quando Apolo percebeu seu atraso, mandou Faetonte largar urgentemente com o carro do sol.
Faetonte, então, dá início ao nascer do sol. Os cavalos majestosos que puxavam o carro notaram que o guia era muito leve e começaram a correr desgarrados. Subiram demais e quando Faetonte se deparou com a constelação de Escorpião, ficou assustado e mergulhou em direção à Terra. Isso foi fatal. Muitas plantas secaram; os mares começaram a secar e as costas dos peixes ficaram escuras; os homens na África ficaram negros. As ninfas começaram a chorar pois perderam as águas dos rios onde se banhavam. O ar estava quente e cheio de fumaça e cinza. A Terra em agonia clama piedade a Júpiter (Zeus) e pergunta os motivos de tais castigos.
Quando Júpiter vê os danos que o carro do sol está fazendo nas lavouras, chama urgentemente todos os deuses e decide aplicar uma solução urgente. Todos os deuses, inclusive Apolo, concordam com ele. Júpiter então lança um raio contra Faetonte. O garoto fica com o corpo em chamas, cai como uma estrela cadente fumegante e morre. Apolo nunca mais entregou o carro do sol a ninguém. Essa história está resumida. Tirei de O Livro de Ouro da Mitologia de Thomas Bulfinch (Editora Ediouro).
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