segunda-feira, 18 de junho de 2012

Faetonte, o filho abusado de Apolo

Faetonte era filho do deus Apolo com a ninfa Climene. Certo dia, Faetonte voltou para casa chateado porque os colegas de escola zombaram da idéia de ele ser filho de um deus. Faetonte exigiu da mãe uma prova de que ele era realmente filho do Sol. A mãe não tinha como provar e orientou o filho que fosse ao palácio de Apolo para falar pessoalmente com o pai. Faetonte então rumou em direção à India que fica junto das regiões do nascente.
O palácio do Sol era muito alto, reluzente de ouro, pedras preciosas, portas de prata. Faetonte subiu a escadaria e entrou no palácio. A luz no interior era muito forte, por isso Faetonte se manteve à distância pois não suportava tanta luz. No trono, estava Febo sentado, majestoso. Ao seu lado, estavam o Verão, a Primavera, o Dia, o Mês e o Ano. Febo perguntou a Faetonte o motivo da visita.
“Ó luz do mundo ilimitado, Febo, meu pai, se me permites dar-te este nome, oferece-me uma prova, peço-te pela qual possa ser reconhecido como teu filho.”
Apolo tirou a coroa que radiava luz e chamou o filho para abraçá-lo. Garantiu a Faetonte que ele era seu filho e prometeu dar-lhe qualquer presente que ele pedisse e o pedido seria atendido. Faetonte pediu para conduzir o carro do sol. Apolo disse que falou levianamente, pois esse era o único pedido que ele deveria negar e pediu para Faetonte retirá-lo. Faetonte fez birra e exigiu que Apolo cumprisse sua palavra.
Sol então orientou Faetonte a seguir a trajetória marcada na constelação no dia anterior. Ele não deveria subir demais a carruagem, para não queimar o céu e as estrelas; nem descer demais, para não queimar a Terra e os seres viventes. Enquanto orientava Faetonte, Apolo não percebeu que a Estrela d’Alva já havia recolhido as estrelas menores e estava aguardando estressada que ele aparecesse no horizonte para que ela pudesse descansar. Quando Apolo percebeu seu atraso, mandou Faetonte largar urgentemente com o carro do sol.
Faetonte, então, dá início ao nascer do sol. Os cavalos majestosos que puxavam o carro notaram que o guia era muito leve e começaram a correr desgarrados. Subiram demais e quando Faetonte se deparou com a constelação de Escorpião, ficou assustado e mergulhou em direção à Terra. Isso foi fatal. Muitas plantas secaram; os mares começaram a secar e as costas dos peixes ficaram escuras; os homens na África ficaram negros. As ninfas começaram a chorar pois perderam as águas dos rios onde se banhavam. O ar estava quente e cheio de fumaça e cinza. A Terra em agonia clama piedade a Júpiter (Zeus) e pergunta os motivos de tais castigos.


Quando Júpiter vê os danos que o carro do sol está fazendo nas lavouras, chama urgentemente todos os deuses e decide aplicar uma solução urgente. Todos os deuses, inclusive Apolo, concordam com ele. Júpiter então lança um raio contra Faetonte. O garoto fica com o corpo em chamas, cai como uma estrela cadente fumegante e morre. Apolo nunca mais entregou o carro do sol a ninguém. Essa história está resumida. Tirei de O Livro de Ouro da Mitologia de Thomas Bulfinch (Editora Ediouro).

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